Dr. Bruno Baldi, cirurgião plástico da Clínica Baldi, responde às principais dúvidas sobre o transplante e explica a diferença da técnica convencional para a mais moderna
Por ES e Dr. Bruno Victório Perini Baldi CRM-SP 108381 / RQE 77730 Fotos Reprodução
Há mais de uma década em Assis, o Dr. Bruno Baldi, da Clínica Baldi, está dando um passo importante na sua carreira. O cirurgião plástico está realizando transplantes capilares com técnicas modernas e avançadas, trazendo o procedimento mais seguro e eficaz.
Conversamos com o Dr. Bruno para esclarecer as principais dúvidas sobre o transplante e para saber de onde veio o interesse em ampliar seus estudos na área.
“O transplante capilar sempre foi um assunto que me cativou, até já havia feito o curso e estágio sobre isso em 2007, quando a técnica ainda era outra. O que aconteceu foi que recebi o convite para trabalhar com a Dra. Débora Galvão, na clínica do Dr. Pedro Vital, assim que terminei a minha residência, com o foco apenas nas cirurgias em si, e o projeto do transplante capilar ficou adormecido.
Há cerca de um ano, estudando e pesquisando novamente sobre o assunto, notei que a técnica se aperfeiçoou, e tive a grata surpresa em saber que um amigo meu de vários anos era o maior expoente do transplante no Brasil, o Dr. Thiago Bianco, que através de uma ligação, prontamente me acolheu. Assim, juntos resolvemos trazer esta nova técnica aos pacientes da Clínica, que necessitavam deste tipo de abordagem, mas até então não tinham conhecimento das vantagens da técnica FUE em relação às técnicas anteriores”, esclarece Dr. Bruno Baldi.
Técnica FUT
“A técnica utilizada anteriormente, a que conhecia em 2007, era a convencional, conhecida como FUT (Follicular Unit Transplantation). Nela, retirávamos uma faixa de couro cabeludo ao redor da cabeça do paciente, e então separávamos os folículos a partir daí. Esse procedimento tem alguns vieses que a técnica atual não tem. Devido ao grande corte, isso causa uma cicatriz dolorosa em toda a região, associada à perda de sensibilidade local, que pode ser permanente. A cicatriz costuma alargar, podendo limitar os tipos de penteados do paciente, além de poder causar afinamento do cabelo abaixo dela.
Os fios, por serem separados no microscópio, levam bastante tecido ao redor e costumam dar um aspecto não natural, pois costumam aumentar sua espessura em até 30% em relação ao outros. Além disso, há uma perda de até 25% dos fios obtidos por essa técnica no momento do corte e separação”, explica Dr. Bruno.
Técnica FUE
“A técnica atual chama-se FUE (Follicular Unit Extraction), onde retiramos cada unidade folicular, uma a uma, com punchs (tubinhos com a ponta afiada) menores que 1mm. Não há cicatriz linear e nem dor local. Depois, essa unidade folicular é reimplantada uma a uma novamente, seguindo o padrão do cabelo do paciente.
Outra vantagem é o tempo de recuperação: enquanto na técnica convencional o paciente só poderia retornar às atividades físicas com um mês, nesta, em apenas 7 dias ele já está liberado.
Na técnica FUE, escolhemos fio a fio, o que queremos, e a perda de fios não chega a 5%.
Hoje, com treinamento, conseguimos igualar a quantidade de unidades foliculares obtidas pela técnica convencional, chegando a 3-4 mil folículos, ou seja, cerca de 8-10.000 fios de cabelo em uma única sessão, dependendo da área doadora do paciente”, explica Dr. Bruno.
Resultados
Os resultados costumam aparecer a partir do terceiro mês. Com 6 meses já teremos um bom prognóstico e o resultado final esperado é após 1 ano do procedimento.
Mulheres
Mulheres sofrem de um padrão de calvície diferente dos homens, sendo mais difusa na porção central, o qual pode ser resolvido ou bastante amenizado com essa técnica. O interessante é que em mulheres, devido ao comprimento de seu cabelo, não haverá sinais de que houve alguma intervenção cirúrgica já na semana seguinte ao procedimento.
Graus avançados
Com a técnica convencional, pacientes com graus avançados de calvície não poderiam ser tratados. Com a técnica FUE, isso se tornou possível, pois conseguimos retirar folículos de pelos de outras áreas do corpo, como barba e tórax. O curioso é que esses fios retirados de outras regiões se adaptam e mimetizam os nossos cabelos.