A Medicina e a maternidade

A vida de médicas e como terem se tornado mães mudou a vida delas profissionalmente.

Por Carol Marquezini, ES Fotos ES Produção Marcos Conde

Elas têm muito em comum: escolheram a mesma profissão, são amigas, mas o que compartilham com o maior amor da vida, com certeza, é a maternidade. Estamos falando das Doutoras Juliana Coronado, Beatriz Baldi, Mônica Demian e Lígia Estrella. E no mês das mães, escolhemos essas mulheres tão guerreiras para compartilhar com a gente como conseguem conciliar o trabalho, a família e todos os afazeres de suas vidas.

Pra fazer essa reportagem e essas fotos que ficaram sensacionais, mostrando a beleza de cada uma dessas mães, passamos uma tarde super gostosa no salão do nosso amigo e parceiro Marcos Conde, que preparou esse cenário incrível pra gente. Foi um dia muito gostoso e produtivo, e foi melhor ainda poder ouvir a história de cada uma dessas mães e do amor imenso que sentem por seus filhos.

Dra. Beatriz Baldi

Dra. Beatriz Fernanda Vales Franchito Baldi CRM 121.398 RQE 33837

“Com os filhos, veio também a paixão pela dermatologia pediátrica”

Mesmo com os horários sempre cheios no consultório, ela faz questão de estar em casa para almoçar com os filhos e levá-los à escola. Assim como se desdobra para se dedicar à medicina, faz o mesmo para estar sempre com seus pequenos. E assim a Dra. Beatriz Baldi segue desde que se tornou mãe, aos 32 anos.

“Me formei bastante jovem, terminei a faculdade com 24 anos, e aos 28 terminei a residência em Dermatologia. Mas sempre tive um propósito, um sonho de formar uma família. Apesar de ter me dedicado muito, sempre, desde cedo, aos estudos, formar um família era uma das conquistas que eu queria para a minha vida. Então aos 32 anos, a minha filha nasceu, e claro que a minha vida teve que se dividir entre ser médica e ser mãe”, revela.

Dra. Beatriz também acredita que não é possível mensurar cada uma das atividades, de profissional e de mãe. “Não tem como a gente dizer que uma coisa pesa mais que a outra, de forma alguma, porque a maternidade transforma a vida da mulher. É um divisor de águas. Você assume uma responsabilidade perante o mundo, de formar pessoas melhores, então, e claro que eu continuo trabalhando e estudando, mas o meu tempo precisa ser dividido, porque meus filhos precisam de mim.”

Hoje Dra. Beatriz tem uma menina de 6 anos e um menino de 3. “Eles precisam da mãe por perto para acompanhar a sua formação, para conviver. Isso é muito importante, porque o tempo não volta. Eu vou ser médica para o resto da minha vida, mas vou ser mãe também”, destaca.

Se a vida dela mudou depois de ter se tornado mãe? É claro que sim. O que fez com que ela não só conhecesse o maior amor do mundo, mas também aprendesse a se dividir entre tudo o que precisa fazer e dar o melhor de si na vida. “Me dedico sim à educação dos meus filhos, ao acompanhamento das atividades deles, faço questão de estar em casa na hora do almoço, de levá-los para a escola, não é sempre que consigo buscá-los, mas sempre faço o possível.”

O que a maternidade trouxe para sua carreira?

“Depois que tive meus filhos, dentro da minha área, acabei percebendo uma certa carência de dermatologistas que atendessem crianças, porque muitas têm doenças de pele e outros problemas relacionados. Então eu decidi focar mais nisso, porque percebi que a pediatria precisava de mais reforço e suporte nessa área na nossa região.”

Dra. Juliana Coronado

Dra. Juliana A. B. Coronado CRM 97495 RQE 48021

“Criar os filhos é como escrever um livro em branco”

“Quando me diplomei em Medicina em 1999, queria ser a melhor médica que poderia! Cursei residência de Ginecologia e Obstetrícia por quase um ano e concluí que não era aquele o meu caminho. Iniciei na Medicina Estética e, já no segundo da especialização, Deus me presenteou com Henrique, meu filho que hoje está com 18 anos, é pianista e cursa Medicina. Adentrei na Medicina Chinesa, e, em 2004, nasceu a Laura, atualmente com 16 anos, que sonha em se tornar cirurgiã cardíaca. 

Então veio a Dermatologia, a prova de título em especialista e a paixão pelas ciências do envelhecimento. Sempre quis ser a minha melhor versão como profissional e mãe, me dedicando totalmente, pois acredito que nós temos que ser exemplo em tudo que fazemos! Ser mãe é ter um amor incondicional e muita responsabilidade, e esta dádiva me tornou uma pessoa mais corajosa, empoderada e plena.

Mesmo tendo uma jornada de trabalho e estudos extenuante desde o início da carreira, os momentos com os meus filhos sempre foram genuínos e de inteira entrega, educando-os para que se tornassem pessoas íntegras, com inteligência emocional, apreciadores da arte e da cultura, com hábitos saudáveis de vida e felizes consigo mesmos e com sua essência. Realmente, creio que Deus me privilegiou em inúmeras coisas: ser apaixonada pelo meu trabalho e ter a certeza de que não poderia ter recebido tesouros maiores nesta vida (Henrique e Laura). 

Em tudo na minha vida, só tenho a agradecer!”

Dra. Ligia Estrella

Dra. Lígia Maria Platzeck Estrella Alves  CRM 138052

“Se não fosse ele, teria seguido outra área da medicina”

Ela é apaixonada pela área da estética e dermatologia e seu filho, Fernando, veio para direcioná-la desde cedo. Dra. Ligia Estrella ficou grávida no último ano de faculdade e conta que, antes de seu pequeno, tinha o sonho de fazer Pediatria e Neonatologia. “Mas quando fiquei grávida, conversando com o meu pai eu disse estar perdida e me recordo muito bem dele me dizer: agora você terá que seguir uma área mais ambulatorial”, lembra. Mas como Deus faz as coisas certas… Dra. Lígia revela que hoje tem certeza que, se fizesse qualquer outra especialidade acabaria migrando para a área estética, porque nasceu para isso.

Presentinho de Deus

“Fernando foi meu presentinho de Deus. Mudou totalmente a minha vida. Eu engravidei no último ano de faculdade. Faltavam nove meses pra eu me formar. Ele então ele chegou e mudou tudo. Mudou o meu jeito de enxergar as coisas. Eu não esperava que fosse ter ele, e foi o melhor presente que Deus poderia ter me dado. Foi ele que fez com que eu fosse modelando e organizando a minha vida”, conta.

Dra. Ligia explica que hoje faz primeiro a agenda da escola do filho, e depois organiza a sua vida. “Eu acho que a nossa disciplina e dedicação ao trabalho também acaba sendo para dar bastante exemplo pra eles. Eles vão imitar a gente. Eu imitei meu pai e minha mãe, assim espero que aconteça com ele”, diz.

O que mudou…

Depois que teve o Fernando em 2009, Dra. Ligia resolveu fazer Dermatologia. “Fiz primeiro Dermatologia Clínica, depois Medicina Estética, e eu descobri hoje que se eu tivesse sido qualquer outra coisa na Medicina, eu teria gostado, mas acabaria indo para a estética, porque ela é pra mim, de tirar o fôlego”, revela.

Companheiro

“Fernando vai comigo pra todo lugar. É muito engraçado, porque no meio das minhas amigas, ele começa a prestar a atenção na conversa e sugerir tratamentos (kkk). Quando era pequeno brincávamos de ficar triste e ele falava que era só colocar um botox® aqui e outro ali, que tudo se resolvia.”

Dedicação

“Eu faço questão de levá-lo e buscá-lo à escola todos os dias. Meu pai fazia isso e não quero tirar isso do meu filho, porque eu lembro que era tão gostoso”, lembra. Quando questionada se Fernando fala em seguir os seus passos, Dra. Lígia conta que no momento o sonho da vida dele é ser yotuber ou gamer. “Eu já falei pra ele que ele tem que ter um sonho um pouco mais palpável. Eu espero que ele encontre uma coisa que ele faça com amor. Eu quero que ele seja feliz. Quero que ele seja um adulto saudável”, vislumbra.

Dra. Mônica Demian

Dra. Mônica Demian CRM 117.218

“Com os filhos veio a paixão pela Medicina Integrativa”

Os filhos sempre nos ensinam muito, a partir do momento que fazem com que a gente busque caminhos para ajudá-los a se tornarem melhores em tudo aquilo que desejam. Com a Dra. Mônica Demian, esse aprendizado veio de duas formas: uma por conta da paixão de seu filho pelos esportes, mais precisamente pelo futebol, e outra, pelas alterações hormonais de sua filha. Nesse caso, Dra. Mônica começou a se engajar cada vez mais no estudo da ação dos hormônios no nosso corpo e das relações externas com as alterações hormonais, o que fez com que ela trouxesse para a cidade um novo tipo de atendimento, com a transformação de sua clínica no Instituto Demian.

Hoje, a mesma Medicina que ela pratica em sua casa, cuidando de toda a alimentação, manejo do sono, atividades físicas e tudo que envolva a qualidade de vida, ela leva também para seus pacientes, no Instituto. “Quando a gente se torna mãe, parece que a gente tem necessidade de cuidar de todos à nossa volta, e é assim que eu busco ajudar aqueles que querem mudar suas vidas para melhor”, diz.

Maternidade

“Quando eu decidi ter minha primeira filha, eu decidi num momento em que estava no início da minha carreira, porque seria mais fácil lidar com tudo, principalmente porque eu ainda não tinha uma agenda cheia e conseguiria me dedicar mais. Ter o segundo filho também foi totalmente pensado pra ser dois anos depois pra eu engrenar todo mundo junto e ter esse tempo pra me dedicar a eles. Eu me dedicava meio período a eles e o outro ao trabalho. Agora, maiores, já consigo ficar em período integral no Instituto”, revela.

Vida de atleta

O filho de Dra. Mônica, João Marcelo, se dedica totalmente ao futebol e ela conta que a paixão pode vir do exemplo dos pais, já que eles também foram atletas. “Ele, pelo menos nesse momento da vida, decidiu ser atleta e nós sempre vamos apoiá-lo. E quando a gente pensa na vida do atleta não é só o momento de treinar. Temos que nos preocupar com a alimentação, a qualidade do sono, a parte emocional, que tem que estar muito estruturada para dar conta do tranco, e isso eu acabei trazendo para o meu dia a dia e para os meus pacientes. Quando eu falo em medicina integrativa, em casa eu falo sobre treino integrativo, porque tudo tem que combinar para dar certo, senão não funciona. Tudo isso incentivou todos nós a dormirmos mais cedo, a nos alimentarmos melhor. No final das contas, o que a gente busca hoje é uma boa qualidade de vida. Cada um é feliz da sua forma, mas como a gente se ama muito, a gente ajuda o outro a ser feliz e se respeita. Isso traz uma qualidade muito gostosa para o ambiente familiar”, afirma.