O que você precisa saber sobre a Alopecia androgenética

Por Dra. Beatriz Fernanda Vales Fanchito Baldi Médica Dermatologista, Membro da SBD CRM 121.398 RQE 33.837

A Alopecia androgenética, ou calvície, é uma forma de queda de cabelos geneticamente determinada. “Vale a pena esclarecer que o padrão de herança genética é policlonal, ou seja, existem vários genes e alterações envolvidas no processo. Assim, pacientes calvos não necessariamente apresentam pai ou mãe calvos, mas sim portadores da herança”, esclarece Dra. Beatriz Baldi, médica dermatologista da Clínica Baldi.

De acordo com o último censo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a queixa de queda de cabelos está entre as dez mais frequentes nos consultórios dermatológicos em pacientes de 15 a 39 anos, sendo a alopecia androgenética a causa mais comum de queda de cabelos. “Estima-se que cerca de 50% dos homens acima dos 50 anos de idade apresentem algum grau de alopecia”, cita Dra. Beatriz. As estimativas em relação às mulheres são variadas, e o pico de incidência ocorre após os 50 anos, com cerca de 30% de acometimento por volta dos 70 anos, segundo dados da SBD.

“No sexo masculino o processo é andrógeno dependente, ou seja, percebemos a real participação da dihidroteststerona no processo; nas mulheres, entretanto, a interferência hormonal é incerta e o termo alopecia progressiva feminina (APF) parece definir melhor a entidade. “A alopecia progressiva que acomete mulheres ainda é um desafio diagnóstico e terapêutico ao dermatologista” explica a médica.

“A alopecia androgenética caracteriza-se por alteração no ciclo do cabelo levando à miniaturização folicular progressiva, ou seja os fios de cabelos se tornam cada vez mais finos, curtos e menos pigmentados” explica Dra Beatriz. “Os pacientes dificilmente encontram cabelos pela casa, mas sim percebem uma rarefação e afinamento progressivo dos fios”. Durante a adolescência, o estímulo hormonal inicia a progressão deste tipo de alopecia, e a cada ciclo os cabelos se tornam cada vez mais finos.

Tratamento

O objetivo é estacionar o processo e recuperar boa parte dos fios de cabelos. Utilizamos estimulantes do crescimento dos fios como o minoxidil e bloqueadores hormonais, com a finasterida em homens. Nas mulheres, anticoncepcionais, espironolactona, ciproterona e a dutasterida podem ser receitados. 

O transplante capilar também faz parte do arsenal terapêutico. “Atualmente novas técnicas promovem um pós-operatório mais tranquilo e resultados mais naturais. Existe inclusive a opção de coletarmos fios de áreas corporais, nos casos de alopecia mais avançada” explica a dermatologista.

Alopecia androgenética é uma doença genética, mas alguns fatores podem piorar o problema, como, por exemplo, a menopausa e a suplementação de hormônios masculinos. Exames genéticos podem identificar os pacientes com maior risco de desenvolver a doença. A boa notícia é que existe tratamento, porém este deve ser orientado por profissional médico da área.